O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) começou a investigar nesta semana dez empresas suspeitas de formar cartel em licitações. Entre as investigadas, o nome que mais se destaca é o da Positivo Informática.

As outras nove companhias são revendedoras da Positivo. O Cade também apura o envolvimento de 18 pessoas físicas, duas das quais funcionárias da Positivo.

Segundo o Cade, há suspeita de que as dez empresas, juntas, adotaram práticas anticompetitivas para levar vantagens em licitações públicas e concorrências privadas para aquisição de notebooks, desktops, tablets, lousas interativas e projetores.

Em junho de 2014, o Ministério Público de Santa Catarina cedeu ao Cade documentos referentes à “Operação Licitação Mapeada”. Com base no que foi encontrado ali, o órgão apura se a Positivo fez uma espécie de divisão geográfica entre as revendedoras — um esquema de reserva de oportunidades.

Teria funcionado assim: as empresas informavam sobre quais licitações gostariam de participar; se a Positivo aprovasse, as demais revendedoras não poderiam entrar naquela mesma concorrência. Caso alguma das “desautorizadas” participasse, a empresa deixava de receber equipamentos como forma de punição.

Também há indícios de que a Positivo impedia a entrada das revendedoras envolvidas quando ela própria queria participar da licitação.

A Positivo teria ainda centralizado e repassado informações comerciais sensíveis entre as revendedoras, “influenciando a adoção de condutas uniformes entre concorrentes”, de acordo com o Cade.

Não termina aí: o órgão afirma ter encontrado indícios “robustos” de outros cartéis nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As revendedoras teriam se organizado para simular competições entre elas que, no final das contas, não existiam.

Situação complicada, não? O Cade informou que os envolvidos serão notificados para apresentar defesa assim que o processo administrativo estiver instaurado.

Em uma curta nota, a Positivo Informática explicou apenas que tomou conhecimento da investigação e que está se inteirando dos fatos. “A empresa irá se manifestar oportunamente no processo em questão”.

Com informações: Folha de S.Paulo, Valor

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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