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O arsenal de produtos do Google é grande, mas 90% da receita da empresa continua vindo de uma única fonte: anúncios publicitários online. Cabe à companhia combater toda e qualquer intercorrência que ponha o negócio em risco, portanto. Os esforços para este fim levaram ao banimento de 214 mil anunciantes e 524 milhões de anúncios. Só em 2014.

Você mesmo já deve ter visto este tipo de conteúdo. São aquelas peças que prometem emagrecimento rápido, tratamentos milagrosos para calvície e meios imperdíveis de renda extra.

Estes banners são “manjados” por boa parte dos usuários, mas como tratam de temas sensíveis, muita gente acaba se deixando seduzir. Para enfrentar o problema, o Google integra a TrustInAds.org, grupo que também inclui companhias como Yahoo e AOL.

Aqui a organização dá uma ideia de como o combate a estes anúncios é feito. Nos últimos 18 meses, este trabalho mitigou mais de 2,5 milhões de anúncios relacionados a perda de peso e complementos alimentares.

Mas, para o Google, fraudes sazonais ou contextuais são mais desafiadoras. A empresa cita como exemplo uma série de anúncios que apareceu em 2014 oferecendo casas de veraneio para aluguel a preços atraentes. Após investigação, descobriu-se que os imóveis anunciados não existiam: as fotos mostradas foram extraídas de bancos de imagens.

O objetivo dos golpistas era óbvio: convencer o usuário menos cuidadoso a depositar um valor referente ao aluguel e depois sumir com o dinheiro. Estes anúncios fazem parte daqueles que foram eliminados.

Outro exemplo diz respeito ao ebola. Quando o assunto ganhou o noticiário, oportunistas passaram a anunciar tratamentos duvidosos. A ideia aqui era “pescar” pessoas que, de tão influenciáveis pelo medo, começaram a acreditar que seus problemas de saúdes – alguns deles recentes – tinham ligação com a doença, a despeito de nunca terem tido contato com indivíduos infectados.

Exemplos de anúncios duvidosos
Exemplos de anúncios duvidosos

Os anúncios maliciosos são um transtorno sério porque aumentam os preços das campanhas legítimas (há mais peças concorrendo pelos espaços), diminui a credibilidade do serviço (um usuário pode ficar com medo de baixar um vírus ao clicar em um anúncio, por exemplo) e, em situações extremas, elevam as despesas do Google com processos judiciais.

Para diminuir as ameaças, a companhia desenvolve algoritmos cada vez mais avançados (afinal, anunciantes fraudulentos também sofisticam seus sistemas) e mantém uma equipe dedicada ao assunto.

Não será exagero se os cuidados ficarem ainda mais intensos: em janeiro, o Google divulgou os resultados financeiros referentes ao último trimestre de 2014, mas os números ficaram abaixo do esperado pelos investidores. A explicação está na concorrência acirrada e nas receitas insatisfatórias da publicidade para mobile, mas é provável que anúncios maliciosos tenham ajudado a agravar o problema.

Com informações: The Verge

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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