Smartphone - mão

Você tenta publicar uma foto no Instagram, mas desiste. A rede móvel está com sinal muito fraco. Por alguma razão, alguém próximo está conseguindo obter uma boa conexão. Não seria interessante se você pudesse “pegar emprestado” o sinal desta pessoa via Wi-Fi? Pois a 21Vianet, uma operadora de Hong Kong, pretende lançar em breve uma rede que vislumbra esta possibilidade.

Tecnologia para tal fim já existe. Falta, digamos assim, apenas foco em aplicações do tipo. É neste ponto que a norte-americana M87 entra em cena: a startup trabalha em um sistema que tenta viabilizar o compartilhamento de sinal entre smartphones e afins.

Uma região cuja cobertura móvel é precária pouco ou nada se beneficiará da tecnologia, afinal, o sinal da rede se mostra ruim para todos os usuários.

Mas, se a causa da degradação do sinal for um obstáculo – um conjunto de árvores ou o interior de um prédio, por exemplo -, a tecnologia poderá otimizar a conexão dos usuários prejudicados naquele momento.

A própria M87 dá um exemplo. Imagine que você está em um café, só que na parte mais interna do estabelecimento. A conexão do seu celular está lenta, mas há um usuário da mesma rede sentado próximo à janela que, por conta deste espaço, está obtendo melhor recepção. É nesta hora que ele pode compartilhar o sinal para deixar o seu acesso mais rápido. E tudo de maneira automática, sem que as partes envolvidas percebam.

Teoricamente, a tecnologia não exige que ambos os usuários estejam extremamente próximos. Em locais fechados, a distância pode ser de até 15 metros. Em áreas abertas, este limite salta para 55 metros.

Para o sistema funcionar, o usuário não precisa fazer configurações especiais. É necessário apenas instalar um aplicativo fornecido pela operadora (por enquanto, funcional apenas no Android) ou adquirir um aparelho que já o tenha. Neste último caso, a M87 recomenda que a prestadora permita a desativação do serviço pelo cliente (ação que também o impede de ser beneficiado, é claro).

O “gargalo” da tecnologia está justamente em convencer os usuários a aderirem à ideia. A franquia não é a preocupação: o dispositivo que compartilha sinal não é afetado pelo consumo de dados do outro aparelho.

A própria M87 reconhece que o maior problema está na bateria. Em testes, dispositivos doadores gastaram cerca de 10% da carga para compartilhar sinal durante um dia inteiro.

Como, provavelmente, ninguém passará o dia todo dividindo sinal, o consumo de energia não deve causar grande impacto. No entanto, o usuário que estiver com pouca carga de bateria pode ser prejudicado. É por isso que a M87 sugere algumas regras. Impedir a doação de Wi-Fi quando a carga estiver abaixo de 60% é uma delas.

É claro que há outras preocupações. Como garantir que os dados armazenados no aparelho não serão capturados durante o compartilhamento, por exemplo? Por esta e outras questões que vários testes estão sendo feitos.

A 21Vianet planeja colocar sua rede em funcionamento no início de 2015 justamente para estudar melhor a tecnologia. Além dos aspectos técnicos, a operadora quer avaliar a recepção dos clientes à proposta. Pode ser que, daí, prestadoras de outros países passem a considerar a ideia.

Com informações: MIT Technology Review

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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