A mexicana América Móvil, dona da Claro no Brasil, afirmou ontem à agência de notícias Bloomberg que está negociando com a operadora Oi uma possível oferta conjunta para a compra da TIM Brasil. No momento estão acontecendo apenas “conversas”, mas o futuro da TIM é cada vez mais incerto no país.

Não é a primeira vez que outras empresas tentam levar a TIM: existem vários rumores de que estrangeiras, como a Vodafone, estão interessadas em adquirir a operadora, que hoje pertence ao grupo italiano Telecom Italia. É a primeira vez, no entanto, que o grupo de Carlos Slim demonstra interesse – é de praxe da América Móvil adquirir empresas menores, não operadoras tão grandes como a TIM.

Até a própria Oi já demonstrou interesse na compra da TIM, embora seja bastante improvável que a compra se concretize apenas por parte dela: atualmente, a TIM Brasil vale algo em torno de 45 bilhões de reais, sendo que a Oi tem uma dívida líquida que ultrapassa 46 bilhões de reais.

Também é possível que a espanhola Telefónica, dona da Vivo no Brasil, participe dessa negociação. Em qualquer um dos casos, ressurge uma potencial divisão da TIM entre as operadoras que a comprarem. Os órgãos reguladores, como a Anatel e o Cade, certamente não aprovariam uma fusão da TIM apenas com uma operadora, já que isso significaria perda de concorrência.

O mercado de telecomunicações clama pela consolidação de operadoras. Diversas entidades de regulamentação e operadoras estrangeiras acreditam que quatro grandes players podem ser prejudiciais para concorrência, de modo que o número ideal é de até três operadoras. Não sei até que ponto isso seja verdade: na minha cabeça, quanto maior o número de concorrentes, melhor para o consumidor, e com menos operadoras a oferta de serviços seria mais limitada do que é atualmente.

TIM, Oi e Vivo não comentaram o assunto.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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