Um estudo feito pelo portal Teleco aponta que 2014 será o ano no qual o 3G ganhará ainda mais forças. A tecnologia, que teve sua primeira operação no Brasil feita em 2007 pela Telemig Celular (atual Vivo), finalmente deverá ultrapassar a tecnologia 2G em número de acessos.

A previsão foi feita com base dos dados liberados pela Anatel, que informam quantos aparelhos cada operadora vendeu em determinado período de tempo. Atualmente, a base 2G ainda domina o mercado móvel: no mês de maio, a agência registrou 142,7 milhões de acessos com a tecnologia GSM. O número da tecnologia UMTS está bem próximo: são quase 114 milhões de acessos.

Esses números, claro, incluem apenas os celulares vendidos por operadoras. Aparelhos comprados sem vínculo algum com operadora ou trazidos do exterior, por exemplo, não são contemplados na contabilidade da Anatel. No final das contas o número de dispositivos 3G funcionais no Brasil é provavelmente bem maior do que o informado. Mesmo assim, prevendo apenas com os dados oficiais da Anatel, em setembro desse ano os acessos em tecnologias 2G e 3G deverão se encontrar no mesmo patamar. A partir de outubro que o 3G ficará verdadeiramente em vantagem, e a diferença ficará cada vez maior.

Previsão sobre disponibilidade de tecnologias celulares
Previsão sobre disponibilidade de tecnologias celulares

A culpa do 3G se suceder em relação ao 2G é da popularização dos smartphones: de acordo com o IDC, no mês de maio desse ano cerca de 76% dos celulares encontrados no Brasil eram smartphones, enquanto apenas 24% seriam de aparelhos convencionais. Só para efeito de comparação, em maio do ano passado 53% dos celulares já eram smartphones, contra 24% de aparelhos tradicionais.

Entretanto, por mais que os aparelhos 3G se tornem a maioria em nosso país, a cobertura da tecnologia ainda está distante de muitos brasileiros. Apenas a Vivo tem uma cobertura 3G significativa: das suas 3.756 cidades cobertas, 3.152 já possuem a tecnologia 3G disponível. Na Claro, que atende 3.638 municípios, o número de cidades cobertas com 3G cai para 1499 municípios. Os números da TIM e Oi são ainda piores: apenas 1.172 e 1.035 municípios são atendidos respectivamente pelas operadoras, ambas com cobertura de mais de 3.300 cidades.

Já o 4G ainda é um artigo de luxo: contando com a cobertura de todas as operadoras, a tecnologia LTE está presente apenas em 114 municípios, principalmente capitais e regiões metropolitanas, cobrindo cerca de 38% da população brasileira.

Algumas operadoras estrangeiras já planejam desligar suas redes 2G em breve. O Brasil ainda tem uma longa caminhada para isso, mas não seria uma má ideia que as operadoras investissem em cobertura, uma vez que ganharia potenciais novos usuários de internet móvel além de liberar as frequências para a adoção em novas tecnologias. Operações como a da Nextel com sua nova rede 100% 3G e da Claro no Triângulo Mineiro provam que é perfeitamente possível viver sem redes 2G: os aparelhos já estão baratos e é possível atingir uma boa cobertura com a tecnologia.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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