O reCAPTCHA, tecnologia do Google que pede para você descobrir o que está escrito em uma imagem e aparece em muitos formulários de cadastro por aí, sempre foi muito visado por pessoas que ganham dinheiro desenvolvendo algoritmos que decifram o código automaticamente. Ironicamente, quem fez o algoritmo mais eficiente provavelmente foi o próprio Google, por meio do Street View.
Como você deve saber, o Street View consegue identificar números das casas nas ruas pelos quais os carros do Google passam. Isso permite que o Google Maps fique bastante preciso: quando você digitar “Rua do Limoeiro, 42” para procurar a casa do Cebolinha, o serviço sabe exatamente onde ela está, para não depender apenas das regras de numeração locais, que muitas vezes não são seguidas.
O algoritmo do Street View consegue identificar os números difíceis das residências nas fotos com um índice de acerto de 90%, o que é ótimo para um computador — afinal, muitas vezes, nem nós conseguimos decifrar os números quando estamos andando de carro.
O que o Google descobriu recentemente foi que, ao alimentar o algoritmo com textos distorcidos em preto e branco, o mesmo algoritmo do Street View também pode ser usado para decifrar o reCAPTCHA. Tudo isso com uma precisão de mais de 99%, um número ainda mais impressionante — eu tenho certeza que meu índice de acerto não chega nem a 80%.
Apesar disso, o Google diz que o reCAPTCHA não é falho e que os usuários não devem se preocupar com isso. A empresa afirma que, no ano passado, com base nos resultados da pesquisa, diminuiu a dependência do reCAPTCHA dos textos distorcidos, que não são suficientes para deter os algoritmos avançados, e está apostando em outras tecnologias — que o Google não explica exatamente como funcionam.