Uma pesquisa da Universidade Nacional da Austrália poderá resultar, finalmente, em uma solução viável para uma das atuais preocupações da NASA e de outras agências espaciais: o lixo espacial. O estudo, ainda em desenvolvimento, prevê o disparo de raios laser para dar fim a todo o aparato que vaga inutilmente ao redor do planeta.

Há, no cálculo dos cientistas, mais de mais de 300 mil pedaços de detritos no espaço
Há, no cálculo dos cientistas, mais de mais de 300 mil pedaços de detritos no espaço

O lixo espacial é formado por satélites desativados, propulsores descartados após o lançamento de missões, destroços de naves danificadas, entre outros. O maior problema aqui é o risco de satélites e outros equipamentos espaciais em uso serem atingidos por algum destes materiais – até mesmo um mero parafuso pode causar estragos, dada a velocidade com a qual o objeto se move.

Como agravante, há o risco de um problema chamado Síndrome de Kessler (nome em homenagem a Donald J. Kessler, consultor da NASA que descreveu a teoria), onde detritos espaciais colidem com outros de maneira sucessiva, gerando uma espécie de reação em cadeia que pode atingir proporções desastrosas. O fenômeno foi retratado com maestria no filme Gravidade.

A ideia do laser para combater o problema tem pelo menos quatro anos, mas somente agora é que as pesquisas vêm apresentando resultados animadores. De acordo com Matthew Colless, diretor da Escola de Astronomia e Astrofísica da Universidade Nacional da Austrália, o projeto poderá entrar em funcionamento dentro dos próximos dez anos.

A iniciativa faz parte de um contrato para investigação de lixo espacial estabelecido pela NASA com o governo australiano. Com US$ 20 milhões fornecidos por este último mais outros US$ 40 milhões oriundos da iniciativa privada será possível a criação, ainda em 2014, de um centro de pesquisa para aperfeiçoar o laser do projeto.

Este trabalho poderá resultar em um laser tão eficiente que até mesmo lixo de pequeno porte poderá ser alcançado. Falando assim, a gente logo pensa no objeto explodindo ao ser atingido pelo feixe, não é mesmo? É uma imagem empolgante, só que a proposta não funciona desse jeito.

Os feixes de laser serão disparados a partir de pontos estratégicos na Terra (para evitar intercorrências no tráfego aéreo) com o intuito de mudar a trajetória do equipamento alvejado para que este entre na atmosfera terrestre e então se desintegre. O risco de satélites em uso serem atingidos pelo laser é praticamente nulo, garantem os pesquisadores.

Com informações: Reuters

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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