Produtora de Candy Crush Saga registrou a palavra ‘candy’, mas isso não impede que ela seja usada

Giovana Penatti
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• Atualizado há 2 semanas

Não é raro no mundo da tecnologia vermos empresas tentando patentar coisas que não são exatamente propriedade delas. No programa de hoje, temos a King, criadora de Candy Crush Saga, que conseguiu ter o registro da palavra “Candy” como sua propriedade aprovado.

Na teoria, isso quer dizer que ninguém mais, além da própria King, pode utilizar “Candy” no título de um jogo, o que é especialmente complicado para desenvolvedores independentes, que não têm dinheiro, tempo ou disposição para brigar pela palavra, caso queiram utilizá-la.

Antes disso, a King já registrou a palavra “Saga”, que está em boa parte de seus jogos, e aconteceram algumas notificações de produtoras que utilizaram essa palavra – umas delas, inclusive, é a Konami com Animal Saga. Só que “Saga” é uma palavra existente em praticamente todos os jogos da King e é difícil ver um jogo com esse termo e não achar que é da empresa.

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Será que a Disney não teve problemas com o nome do personagem King Candy em Detona Ralph?

É aí que entra a parte prática do registro: ele existe para evitar que as pessoas confundam produtos que não são da King com os que são, protegendo, assim, os jogadores de serem enganados e a marca de ser associada a algo que não é dela.

E voltamos para a teoria, já que, na prática, isso não é tão simples. Afinal, comprovar que o nome do jogo pode causar confusão é meio complicado, apesar de ser possível, por meio de pesquisas ou reunindo reclamações de pessoas nas redes sociais, por exemplo.

Um dev, responsável pelo jogo Candy Casino Slots – Jewels Craze Connect: Big Blast Mania Land já foi ameaçado pela King e teve que remover a palavra “Candy” e mudar o ícone do app, já que, segundo a empresa, era muito parecido com o de Candy Crush Saga, antes mesmo do registro ser aprovado. Fica o questionamento se “Candy” é tão característico da King como “Saga” ou se a empresa está tentando forçar uma propriedade que, segundo a “opinião popular”, não é dela, pelo menos até agora. Faça o teste: basta se perguntar se a primeira coisa que “Candy” te lembra é Candy Crush Saga; para mim, lembra mais o Iggy Pop.

O fato é que a tentativa de registrar a patente da palavra “Candy” irritou tanto a comunidade de desenvolvedores que foi criada uma gamejam-protesto. Chamada de Candy Jam, seu motivo de existir é “porque registrar palavras comuns é ridículo e porque nos dá um motivo para fazer outra gamejam”. Ela vai aceitar o envio de jogos com o tema “doces” até o dia 3 de fevereiro e sugere que a palavra “Candy” seja usada no título.

Mas, apesar do registro ter sido aprovado, nem tudo está perdido para quem quer criar jogos com doces: há um período de 30 dias para que alguma outra empresa conteste o registro, alegando que poderia impactar negativamente seus negócios.

Com informações: Polygon

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Giovana Penatti

Giovana Penatti

Ex-editora

Giovana Penatti é jornalista formada pela Unesp e foi editora no Tecnoblog entre 2013 e 2014. Escreveu sobre inovação, produtos, crowdfunding e cobriu eventos nacionais e internacionais. Em 2009, foi vencedora do prêmio Rumos do Jornalismo Cultural, do Itaú. É especialista em marketing de conteúdo e comunicação corporativa.

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