A União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês) aprovou recentemente as primeiras especificações do G.fast, tecnologia fortemente cogitada para suceder o ADSL e semelhantes dentro de alguns anos. O seu principal atrativo é a promessa de atingir velocidades de até 1 gigabit por segundo (Gb/s) a custos razoáveis.

Atualmente, somente redes de fibra ótica conseguem oferecer velocidades altas em conexões físicas, mas estas têm custo elevado de implementação e manutenção por conta de sua complexidade. Assim, a maioria dos países aproveita a infraestrutura já existente de telefonia e cabeamento de TV para levar acesso à internet ao maior número possível de pessoas.

O G.fast, cuja identificação oficial é ITU-T G.9701, surge com a proposta de ser um meio termo entre estes dois extremos: essencialmente, a tecnologia se baseia em uma arquitetura de fibra ótica que segue até um ponto de distribuição; a partir daí, cabos de cobre semelhantes aos utilizados para telefonia ou mesmo TV fazem a conexão até o local de destino. O único agravante é que a distância entre ambos não pode ser superior a 250 metros.

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Este esquema permitirá ao G.fast o uso de uma frequência de 106 MHz (que pode ser expandida para 212 MHz em uma fase posterior), característica que, combinada a outros aspectos, contribui para níveis de transferência de dados elevados. Mas, apesar da possibilidade, é pouco provável que as conexões venham mesmo a oferecer 1 Gb/s em escala comercial, dado o risco de interferências entre as linhas. Assim, estima-se que as taxas reais não passarão de 500 megabits por segundo (Mb/s), o que ainda é extremamente alto, convenhamos.

O G.fast ainda está em desenvolvimento, vale lembrar, portanto, questões de interferência e outras limitações certamente serão tratadas pela ITU. O plano da entidade é que as especificações finais da tecnologia sejam finalizadas até abril de 2014.

O cumprimento deste prazo não significa, todavia, que as companhias de telecomunicações irão implementar o G.fast prontamente, mesmo com a tecnologia podendo aproveitar a rede de telefonia. Antes disso, a indústria precisa desenvolver chips e equipamentos apropriados, trabalho que depende das especificações finais para ser iniciado oficialmente.

Alcatel-Lucent e Telekom Austria são duas das principais companhias interessadas pelo projeto. Em testes realizados por ambas no meio do ano, uma conexão via par de cobre atingiu a velocidade de 800 Mb/s a uma distância de 100 metros da central e 1,1 Gb/s quando este intervalo foi diminuído para 70 metros.

Como se vê, pelo menos em laboratório, o G.fast é mesmo promissor.

Com informações: ExtremeTech

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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