Estudantes do MIT criam bracelete capaz de regular a sua sensação térmica

Ideia pode acabar com as disputas pelo termostato do escritório

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 semanas

Você sente frio e vai ao termostato do escritório para aumentar a temperatura ambiente. Cinco minutos depois, um colega faz justamente o contrário, se queixando de calor. Estas situações são tão corriqueiras que poderia haver uma espécie de ar condicionado individual para amenizá-las, não é mesmo? Pois saiba que o MIT (para variar) já tem uma invenção mais ou menos do tipo.

Criado por estudantes de engenharia da instituição, o Wristify é um bracelete termoelétrico capaz de regular a sensação de temperatura corporal emitindo estímulos térmicos sobre a pele, seja para aumentar o calor ou diminuí-lo. E o mais interessante é que o dispositivo não precisa trabalhar com grandes variações de temperatura para este fim.

Wristify

A ideia começou a tomar forma depois que Sam Shames, um dos responsáveis pelo projeto, decidiu encontrar uma solução para a falta de consenso quanto à temperatura nos escritórios. Em suas pesquisas, o estudante percebeu que o corpo todo sente frio alguns segundos depois de receber um estímulo gelado em alguma parte. Não demorou muito para ficar claro que é possível utilizar o mesmo artifício para fazer com que uma pessoa sinta calor.

É justamente isso que o Wristify faz. Sensores instalados no dispositivo detectam a temperatura corporal e emitem estímulos continuamente para aumentar ou reduzir a sensação térmica da pessoa. O bracelete pode trabalhar com uma variação de temperatura de até 0,4 grau Celsius por segundo, sendo que já é possível sentir algum efeito com 0,1 grau Celsius. A bateria do dispositivo, de polímero de íon de lítio, permite o seu uso por até oito horas contínuas.

Se você tem alguma familiaridade com hardware ou com manutenção de equipamentos eletrônicos, pode ter notado que Wristify possui um dissipador de calor como aqueles que encontramos no interior de desktops, por exemplo. O conjunto de componentes, de fato, pode ser facilmente encontrado em lojas de eletrônica, custando não mais que US$ 50.

Wristify

Caso o dispositivo venha a se transformar em um produto comercial, seu design será melhorado, certamente. O próximo passo consiste justamente em diminuir o seu tamanho pela metade. De qualquer forma, o Wristify já foi pior: os estudantes tiveram que criar cerca de 15 protótipos até chegarem ao modelo atual.

O que importa mesmo é a proposta sustentável do projeto. Segundo Shames, 16,5% do consumo de eletricidade nos Estados Unidos é direcionado aos aparelhos de ar condicionado ou calefação. Uma ideia como esta pode ajudar a reduzir este número e, eventualmente, até trazer um pouco de conforto para pessoas que trabalham em áreas abertas, por exemplo.

Com informações: Wired

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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