Pesquisa confirma: as produções mais pirateadas são aquelas não disponíveis de forma legal na internet

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 1 semana

Intrigado com as motivações que levam as pessoas a buscarem conteúdo pirata na internet, o pesquisador Jerry Brito, da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, fez um levantamento cujo resultado confirmou o que apenas os estúdios de Hollywood parecem não enxergar: as produções mais pirateadas são justamente aquelas que não estão disponíveis digitalmente por meios legais.

Para tentar diminuir estes índices, instituições que lutam contra a pirataria vivem pegando no pé dos buscadores na internet. Um estudo recente da MPAA, por exemplo, aponta que 74% dos usuários que fazem download ilegal chegam ao material por meio de pesquisas nestes serviços. Mas o melhor caminho parece não ser esse.

Jerry Brito chegou a esta conclusão após analisar a lista semanal de filmes mais pirateados do TorrentFreak e comparar com as informações do Can I Stream.It?, um site que indica em quais serviços de streaming é possível encontrar determinadas produções. As informações cruzadas são disponibilizadas no site PiracyData.org.

Após três semanas de coleta de dados e análise, Brito e seus assistentes constataram que nenhum dos filmes mais pirateados no período está disponível legalmente em serviços como Netflix. Não havendo opção, as pessoas geralmente não desistem de assistir às produção e recorrem aos únicos meios viáveis onde é possível encontrá-la: torrents e afins.

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Por outro lado, a situação melhora substancialmente com a constatação que, do conteúdo mais pirateado, 53% estava disponível para compra ou aluguel em serviços digitais, como Google Play e Amazon. Mas há uma ressalva: este cenário reflete apenas o mercado norte-americano; em países da América Latina, por exemplo, o acervo disponível nesta modalidade é consideravelmente inferior.

Note, a análise não contém a solução definitiva para o fim dos downloads ilegais, mas aponta um caminho um tanto quanto óbvio para amenizar o problema. “Se as pessoas estão recorrendo à pirataria porque não encontram o conteúdo de seu interesse legalmente, há algo que a indústria cinematográfica pode fazer: diminuir o intervalo de lançamentos [na internet]”, destaca Brito.

A MPAA foi procurada para opinar sobre o assunto e explicou que não é bem assim, citando como exemplo o fato de The Walking Dead ter sido pirateado 500 mil vezes em 16 horas mesmo com o seriado estando disponível gratuitamente no site da AMC. A associação só esqueceu de dizer que este streaming funciona apenas nos Estados Unidos.

Com informações: Ars Technica

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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