Receita Federal nega barrar iPhones 5 importados

Rafael Silva
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• Atualizado há 1 semana

Um leitor do Blog do iPhone chamado Luiz Soares, de Curitiba, relatou na segunda-feira que ao tentar importar um iPhone 5 dos EUA pelos correios, o aparelho acabou sendo apreendido na Receita Federal. Uma informação preliminar que ele conseguiu dizia que a falta de homologação do iPhone 5 na Anatel foi o que causou a apreensão. Mas ao entrarmos em contato com a Receita Federal, o verdadeiro motivo apareceu: a grande quantidade de aparelhos importados.

Um dos auditores da Receita Federal, Luiz Monteiro, afirmou ao site Olhar Digital que aconteceu um aumento de importação do iPhone 5 e eles são apreendidos porque “em geral tem origem na China”. Nesse ponto há uma certa confusão: a maioria (senão todos) dos iPhones 5 são feitos na China, mais precisamente na fábrica da Foxconn na cidade de Shenzhen. E no caso do aparelho comprado pelo leitor Luiz no eBay, ele teve origem nos EUA. Então o auditor pode ter feito alusão à possibilidade do aparelho ser falsificado, que é o único motivo pelo qual a Receita poderia apreender um eletrônico.

Se Luiz for esperto como boa parte dos geeks loucos pelo iPhone 5, ele provavelmente não comprou de um vendedor pouco confiável, então existe uma alta chance do aparelho ser legítimo. Mesmo assim, a encomenda consta no sistema de rastreamento dos correios como “conferido” e em um horário posterior, “apreendida”.

Mas outro auditor, José Clóvis, afirmou ao Tecnoblog que o indivíduo pode ainda receber o aparelho. A conferência que consta no rastreamento do pacote, pelo que o auditor deu a entender, era apenas preliminar. Quem determina se o aparelho é legítimo ou não é um representante da empresa fabricante – nesse caso a Apple Brasil – que afere o item e emite um laudo atestando sua autenticidade.


Caso o aparelho seja autêntico, Luiz vai recebê-lo após pagar o valor da taxa de importação – caso contrário, ele será destruído. A taxa de importação, por sinal, é de 60% e incide em qualquer item com valor acima de 50 dólares, mas ela depende do que foi declarado. O problema é a burocracia: segundo Luiz, a Receita Federal não deu um prazo para retornar seu contato em busca de informação.

A perspectiva dele – e de outros potenciais brasileiros que preferiram importar o aparelho pelos correios – não é das melhores. Se a atitude do órgão em relação aos produtos importados continuar a mesma desde o início da operação Maré Vermelha, é possível que Luiz só veja a cor do seu iPhone 5 daqui a alguns meses quando ele for liberado. Talvez até coincida com a data de lançamento do aparelho no Brasil.

Então a melhor opção para quem quer ter um iPhone 5 em mãos aqui no Brasil é mesmo pedir para um amigo trazer de fora ou esperar o seu lançamento. Importar pelos correios tem grandes chances de ser sinônimo de dor de cabeça e espera.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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