Um pesquisador da escola Viterbi de engenharia da Universidade da Carolina do Sul apresentou na semana passada uma proposta ousada. O pesquisador, chamado Ouliang Chang, apresentou durante a conferência espacial AIAA a ideia de criar um supercomputador na Lua. Esse esforço serviria para aliviar o carregamento dos supercomputadores responsáveis por controlar missões espaciais da NASA.

Chang já tinha a ideia na cabeça há algum tempo – em dezembro do ano passado ele havia elaborado essa apresentação (arquivo PDF) sobre sua proposta. Mas agora AIAA ele parece ter feito novos cálculos e aperfeiçoado seu plano original.

A ideia do pesquisador é construir um enorme datacenter com um supercomputador e grandes servidores de armazenamento em um polo da lua. Ele teria quatro antenas de transmissão e recepção, sistema de resfriamento, um gerador de pelo menos 10 megawatts e proteção contra impactos de asteroides e radiação. É um desafio e tanto, mas nas vantagens ele lista o melhor controle para missões espaciais e a possibilidade de fácil expansão dentro da própria Lua, além de aliviar o tráfego das bases terrestres.

Atualmente a DSN (Deep Space Network), rede usada para controlar as missões espaciais, está extremamente sobrecarregada. Os seus três pontos de controle espalhados pelo planeta (um nos EUA, outro na Espanha e um terceiro na Austrália) exigem constantes atualizações para manter a DSN operando sem problemas – o da Austrália está no processo de ter duas novas antenas instaladas para conseguir lidar com o enorme tráfego de dados.

Os planos de Chang, se forem adotados por alguma grande empresa nos próximos anos, estima que o supercomputador lunar pode estar operacional dentro de 10 a 15 anos. Se a DSN vai aguentar tranquilamente até lá, já é outra história.

Com informações: NewScientist.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

Relacionados